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CEFET-MG

Juliana Reinert – Coordenadora do projeto de extensão “Estudo do solo de Curvelo”

Como surgiu o projeto de extensão Estudo do solo de Curvelo-MG para criar um Centro de Distribuição para PNAE?

A ideia do projeto surgiu a partir de uma conversa com representantes do CODEC, da EMATER e do IMA, onde foi exposta a necessidade de se ter um laboratório de ensaios de solos na região de Curvelo para atender aos pequenos produtores beneficiados pelo projeto de desenvolvimento do Centro de Distribuição para o PNAE, da EMATER em parceira com o IMA. Os laboratórios de análises de solos mais próximos ficam em Diamantina, com uma fila de espera de quase três meses, e em Bambuí, que é mais longe e acaba ficando mais caro pelo transporte.

Qual o objetivo do projeto?

O objetivo deste projeto é atender a demanda destes pequenos produtores rurais e mapear o solo da região de Curvelo. Com a amostragem adequada, é possível gerar mapas de variabilidade das propriedades do solo, que nos permite estimar o valor de determinada propriedade em uma coordenada específica. A ideia é gerar mapas de fácil leitura, para que os próprios produtores possam ter acesso a essas informações.

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No projeto ocorre a participação da comunidade?

Sim. A comunidade atingida são os pequenos produtores rurais, que ainda não tem a cultura de realizar ensaios nos solos da sua propriedade. A participação da comunidade é mais intensa no início e no final do projeto.

Quantas pessoas são beneficiadas pelo projeto?

O projeto da EMATER em parceria com o IMA prevê atendimento direto a 40 produtores. Além disso, espera-se atingir os produtores que não foram beneficiados com o projeto dos nossos parceiros, estendendo ainda mais a atuação do laboratório do CEFET-MG.

Quais os desafios encontrados durante a realização do projeto?

No primeiro ano do projeto o principal problema foi a greve dos servidores técnico-administrativos, que paralisou nossos pedidos de compra. Como não tínhamos equipamento nem material de consumo, o projeto ficou paralisado por quase 4 meses. Outro desafio importante é a falta de equipamentos mais caros, como o espectrofotômetro de chamas e o espectrofotômetro atômico. Sem eles, estamos realizando alguns ensaios por titulação, obtendo resultados menos precisos.

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Quais são as atividades desenvolvidas pelo projeto?

– Coleta de amostras de solos nas propriedades rurais da região, com georreferenciamento;

– Realização de ensaios físicos e químicos do solo no laboratório do CEFET-MG, de acordo com o Manual do Laboratorista da PROFERT e o Manual de Métodos de Análise de Solos da EMBRAPA;

– Elaboração de mapas de variabilidade no MATLAB;

– Divulgação dos mapas entre os parceiros do projeto e os produtores rurais da região;

– Elaboração de artigos científicos para publicação.

Quantos discentes participam do projeto?

No primeiro ano do projeto, no início de 2015, a equipe era formada por 2 bolsistas de extensão e um voluntário. No segundo semestre de 2015, devido ao aumento de volume de coleta de solos e ensaios a serem realizados, 2 bolsistas BCE se juntaram à equipe. Em 2016, no segundo ano do projeto, passaram a ser 2 bolsistas de extensão e 3 alunos voluntários. Atualmente o projeto conta com os mesmos 2 bolsistas de 2016 com novos 2 alunos voluntários.

Quais os resultados obtidos com a realização do projeto até agora?

Até o momento foram elaborados os mapas de variabilidade de teor de argila, umidade, limite de liquidez, limite de plasticidade e H+Al. Como o primeiro ano teve um atraso significativo, os mapas foram gerados somente com 33 amostras, o que não foi considerado satisfatório pela coordenadora. Este ano já foram realizados ensaios em mais 30 amostras e os mapas estão sendo atualizados. Além disso, já foram realizados mais ensaios químicos para que possam ser gerados mapas de outras propriedades importantes para o cultivo.

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Quais os planos futuros para o projeto de extensão?

Este ano, com a chegada dos reagentes e equipamentos faltantes, serão realizados todos os ensaios químicos do solo, imprescindíveis para a decisão do melhor tipo de cultura e das correções a serem aplicadas no solo. Está prevista também uma amostragem maior de solos, de forma a garantir, estatisticamente, uma estimativa de valores das propriedades pelos mapas de variabilidade com menos erro.